
A preocupação excessiva com a estética e o culto à imagem são problemas atuais e as redes sociais refletem bem essa realidade. Recentemente, uma influenciadora digital, Jéssica Frozza, foi ‘vítima’ dessa pressão pelo corpo ideal e divulgou em suas redes algumas complicações, após ter feito a cirurgia chamada de bichectomia.
O procedimento consiste na retirada parcial da bola de bichat, diminuindo o tamanho da bochecha. No final do ano, outra digital influencer, Sthefane Matos, também tornou pública seus problemas após fazer uma rinoplastia, procedimento cirúrgico que tem como principal objetivo remodelar o formato do nariz.
Como evitar resultados bizarros derivados de procedimentos estéticos?
O cirurgião plástico, Dr Alan Landecker, membro titular da sociedade brasileira de cirurgia plástica (SBCP), explica que antes de passar por qualquer cirurgia plástica, é importante observar alguns pontos:
A motivação – Todo procedimento tem benefícios e riscos, normalmente. Mas quando e como reconhecer a hora certa de fazer uma cirurgia? É preciso apresentar um incômodo muito significativo em relação àquela área que deseja mudar. Se o incômodo for pouco, na maioria das vezes, é melhor não operar.
Expectativa real – Fazer uma cirurgia por causa de anúncios que prometem resultados fantásticos não é recomendado em nenhuma situação. A mudança deve ser de acordo com a realidade de cada pessoa. O objetivo maior é envelhecer com conforto e qualidade de vida.
Busca correta – Muito cuidado na escolha de quem vai realizar o procedimento, que precisa ser especialista em cirurgia plástica com o respectivo título de formação. O que se deve buscar é um resultado natural e não uma bizarrice estética, muito mais difícil de corrigir.
Tempo de recuperação – É preciso se programar, realizar o procedimento nas férias ou em feriados prolongados, por exemplo, já que o indicado é de 7 a 14 dias de repouso, para se recuperar da forma adequada, no pós-cirurgia.
Na moda – Com as chamadas ‘cirurgias da moda’, muito cuidado! Nem sempre técnicas novas são melhores do que técnicas tradicionais, usadas há muitos anos.
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O especialista reforça, ainda, que todas as cirurgias plásticas têm potencial de complicações. “O que é condenável é fazer qualquer procedimento que gere uma anormalidade e uma bizarrice estética. Eu sou contra qualquer cirurgia que cause desvios da normalidade e que tenha o potencial de causar danos irreversíveis”, completa Landecker.
Sobre o Dr Alan Landecker:
É formado em medicina e cirurgia geral pela Universidade de São Paulo (FMUSP) CRM-SP 87043 e em Cirurgia Plástica pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e Clínica Ivo Pintanguy. Especialista em rinoplastia estruturada primária e secundária (Rhinoplasty Fellow) pela University of Texas Southwestern em Dallas, Texas, EUA, sob o Dr. Jack P. Gunter.
Instagram: @drlandecker